quinta-feira, 5 de abril de 2018

NÃO IMPORTA QUÃO "BONZINHO" VOCÊ DESEJA SER, ALGUÉM NÃO VAI GOSTAR DE VOCÊ!




A lei dos terços




Muitas vezes tentamos convencer os outros do quanto o nosso pensamento é bom e muitas vezes achamos que o pensamento do outro, principalmente se for divergente do nosso parece meio “errado”, não tão “certo” quanto nosso...

Lendo o livro “Vinte formas sadias de responder ao insulto” de Gabriel Jorge Castellá, encontrei a referência a uma lei – Lei dos terços - a qual pode trazer certo alívio ao coração daqueles que se afligem quando alguém não concorda com o seu ponto de vista.

Não somos todos iguais, nunca seremos. Temos grupos e instituições que gozam de pensamentos comuns e penso que dentro destes grupos devemos reforçar nossos valores e aprimorar nosso pensamento, porém, o fato de termos nossas convicções não significa que os outros são obrigados concordar conosco, até porque, aquilo que nos parece tão certo é muitas vezes apenas fruto da visão ofuscada pelo brilho do nosso egoísmo ou até pela parcialidade de nossa visão.


Gabriel de Castellá cita um estudo realizado por seu pai, Hemínio de Castellá , o qual observando a população: “A anatomia do povo”- descreve um importante princípio da vinculação humana que ele denominou como “Lei dos terços”, cujo enunciado é o seguinte:


“Todo ser humano que exerce influência sobre seus semelhantes, conta, ao mesmo tempo, e necessariamente, com seguidores, indecisos e opositores. Para cada pessoa que o estima, há uma que hesita e outra que o rejeita – constituem-se assim, um terço de pessoas a favor, outro terço hesitante e outro contrário.”


Para Castellá, “quanto maior a liderança ou a influência exercida sobre os outros, tanto melhor se delineiam os traços que configuram a lei dos terços.

Por mais aprimoradas que sejam a qualidade humana, a qualidade das propostas e realizações de determinado líder, tanto mais contarão com um terço de oposição.

Por piores que se mostrem o procedimento, as propostas e a obra de um homem influente, contará este igualmente com seguidores.

É preciso nutrir o terço a favor; seduzir o terço hesitante e, quanto ao terço contrário saber governá-lo.

O terço que rejeita é indispensável e imprescindível ao nosso crescimento.

Dois erros mais frequentes e persistentes relativos ao terço que rejeita são, por um lado, combatê-lo e, por outro, procurar conquistá-lo. Ambas as atitudes revelam uma posição tola e estéril. Tola porque demonstra ignorância com referência ao modo de estabelecer e relacionar-se com os vínculos humanos. Estéril porque, quanto mais se lutar contra o terço contrário, tanto mais será ele fortalecido, constituindo-se isso um vão desperdício de esforços.

Aquele que me insulta sem dúvida é membro integrante do terço que me rejeita. Não tem sentido fazer algo contra isso.

É impossível agradar a todos, como também impossível que todos me agradem...

É sábio aceitar que um indivíduo pode não agradar a todos...

Tentar agradar a todos é um inútil desperdício de energias, pois ao conquistar o terço que me rejeita, provavelmente perderei o apoio do terço que estava a meu favor, situação com a qual se restabelecerá a ordem descrita pela lei dos terços.”

Costumo citar o exemplo da preferência musical: se alguém gosta de estilo musical sertanejo, sua preferência não vai agradar alguém que goste de rock e se o sertanejo vier a curtir rock, vai desagradar a galera do sertanejo (só pra demonstrar de forma prática a lei dos terços) e nem mesmo o eclético em gosto musical vai agradar ao fanático de um determinado estilo. O fanático vai achar que o eclético não tem gosto definido e assim vai ...

Acredito que podemos defender com ardor e entusiasmo nosso ponto de vista e valores nos quais acreditamos. Não sei se a proporção de favoráveis e desfavoráveis será exatamente de um terço, mais sei que ambos existirão, então ... devemos estar cientes de que haverá contrários e se tivermos respeito e tolerância pela opinião do semelhante poderemos evitar o desgaste desnecessário de tentar trazê-lo a nosso favor ... 

Mera opinião com base no estudo de Castellá! 
Por: Joeli da Paz Gelinski



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